CAPAS E AFINS 2

              Este segundo artigo sobre projetos gráficos de LPs começa com Na Medida do Impossível, de 2014, da Fernanda Takai. As fotografias da capa, da contracapa e do encarte foram feitas de maquetes de papel recortados e outros materiais, não havendo nisso intervenção digital. Além disso, tem um discão vermelho bonitão! O progrejo gráfico é da empresa Hardy Design.



            E continua com Gal! E seu icônico Índia. Disco incrível com uma capa que gerou polêmica. Gal jovem vestida de Índia aparece na capa e na contracapa do álbum mostrando o corpo, incluindo os seios, e escandalizando geral. 1973? Pode cobrir essa capa! E o disco foi vendido com um invólucro preto. A capa é do poeta Waly Salomão.



            A capa dO Sorriso do Gato de Alice, de 1993, também da Gal, também é linda. Um close grandão da sua boca perfeita pintada de vermelho justifica o título do disco. A capa é de Luiz Zerbini e Barrão. 



            Em 2015 a dupla gaúcha Kleiton & Kledir lançou o pretensioso álbum Com Todas as Letras. Esse álbum era composto de parcerias dos músicos com poetas. Além disso, para cada letra dessas músicas foi escolhido um caligrafista profissional para criar a “fonte” que apareceria no encarte. A versão em vinil vem com LP, CD e DVD com bastidores da gravação, além de um encarte enorme (praticamente um livro) com fotos, histórias da produção do álbum e as letras dos caligrafistas, cada uma pra música escolhida. Projeto lindão mesmo. Porém, este LP não foi vendido comercialmente. Só a versão CD + DVD. Quem quisesse acessar o material completo poderia encontrá-lo (ainda pode) no site da dupla. A versão em LP foi distribuída gratuitamente para pessoas escolhidas a dedo. Eu naturalmente não fui escolhido a dedo, mas algum ingrato resolveu se desfazer do seu e eu achei ele no Mercado Livre para vender por R$ 200,00. Não sei quanto deve estar valendo agora, já que nunca mais encontrei nenhum pra venda. A direção de arte do projeto gráfico é de Felipe Taborda.





            Outra capa lindona, na minha opinião, é a do álbum Talismã, da Maria Bethânia, de 1980, com letras douradas que aparecem em meio a uma trama labiríntica de linhas também douradas. Capa de Oscar Ramos e Luciano Figueiredo.




            Ainda sobre Bethânia, o projeto gráfico do álbum Ciclo, de 1983, é espetacular, assim como o próprio disco. O encarte tem vinte páginas e é feito com um papel diferente, mais rústico, algo entre o papel de pão e o papel reciclado. Cada página traz a letra de uma música, um comentário sobre ela e a ficha técnica da faixa. Bem caprichado. Capa de Maria Bethânia e Alicia Coriolano.




            Pra finalizar, dois álbuns da Bethânia que são capricho do início ao fim. Capa, repertório, arranjos etc., tudo incrível e bem desafiador. O primeiro é o Maria, de 1988, com essa capa linda que vocês podem conferir a seguir. O encarte traz fotos de várias personalidades incríveis da música que participaram do álbum, desde o grupo sul-africano Ladysmith Black Mambazo até a atriz francesa Jeanne Moreau. Um luxo! Capa de Maria Bethânia e Elifas Andreato. Aliás, guardem esse nome. Merece um artigo só sobre ele.




            O segundo é o 25 Anos, álbum incrível de 1990, cheio de participações especiais de alto nível, de Nina Simone a Hermeto Pascoal. Além da capa linda, o encarte é enorme, o equivalente a seis capas de disco, e lindão.




            Até amanhã com N de Nana Caymmi.

Comentários

  1. Quanta coisa boa. Quanto tempo que eu não ouvia falar e-mail Kleiton e Kledir (Eu, hein? em pensar...) https://youtu.be/An0MHKYo67M

    Mas Maria Bethânia é tudo nessa vida!

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